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O dia de todas as ilusões Noticia adicionada à base de dados do Dentaria.com a 2005-09-20
As listas de colocações no Ensino Superior ficaram disponíveis na
internet no domingo. Os jornais diários divulgaram as notas dos últimos
colocados no mesmo dia. Durante mais de uma hora, pouco mais de uma
centena de estudantes verificou a sua situação nas pautas afixadas nas
janelas do edifício da Reitoria da Universidade de Lisboa. A maior
parte ficou colocada em instituições da capital e o maior movimento
verificou-se nos locais de inscrição e matrícula nas faculdades.
Miguel
Rodrigues conseguiu entrar em Arte e Multimédia, na Faculdade de Belas
Artes da Universidade de Lisboa, mas ainda assim não ficou satisfeito.
“Quero ir para Design de Artes e Multimédia, vou trocar de curso”,
explica. Miguel já ouviu “qualquer coisa” sobre o Processo de Bolonha.
“Não concordo que encolham a duração dos cursos, porque pode ser um
excesso de trabalho e de estudo. Se em cinco anos não há tempo para
mais nada, em três vai ser mais complicado.”
COLOCADO A 120 KM DE CASA
Fernando
e Luísa Sequeira viajaram com o filho Tiago desde a Carregueira
(Chamusca), para procurarem um quarto na capital. O caloiro entrou em
Engenharia Informática, na Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa. “Queria um curso mais voltado para a investigação e a nível
curricular este é excelente.”
Apesar da longa viagem até
Lisboa, Tiago só vai inscrever-se hoje. “Devem estar na faculdade à
espera dos que entraram para praxar.” A despesa com o estudo fora de
casa “não deverá ser inferior a 500 euros por mês”, refere Fernando
Sequeira. A mulher, por seu lado, receia “as saudades” de ter o filho a
120 quilómetros de casa.
Quem não escapou da praxe foi Tatiana
Lemos. Entrou em Contabilidade e Administração no Instituto Superior de
Contabilidade e Administração de Lisboa e tinha pintado na testa as
iniciais da sua nova casa. “Fui fazer a matrícula e só ao fim de três
horas é que apareceram os mais velhos para me praxar. É a vida.”
Carla
Dias nasceu em Angola, vai começar o curso em Lisboa e quer terminá-lo
em Londres. Obteve uma vaga em Ciência Política, no Instituto Superior
de Ciências Sociais e Políticas. “No 9.º ano, estive na Assembleia da
República e gostei muito. Queria seguir Direito, mas o medo é formar-me
e não arranjar emprego. Não ia ter dinheiro para montar um escritório,
por isso fui para Política.” Carla, de 19 anos, só pretende estudar um
ano e depois quer viajar para Inglaterra, “para acabar o curso”.
PRIVADAS ATACAM
Espalhados
pelo chão ou colocados em cima dos parapeitos das janelas do edifício
da Reitoria da UL, acumulavam-se folhetos de várias instituições
privadas. “De ano para ano há cada vez menos gente a vir aqui”, lamenta
um distribuidor de publicidade. Pelo menos dez instituições privadas
tentaram conquistar novos alunos – mas o desinteresse pelos papéis era
generalizado.
Quem conseguiu colocação, sem surpresa, foram os
dois representantes portugueses do 12.º ano nas Olimpíadas de
Matemática, que decorreram no México, em Julho. Carlos Santos vai
estudar Medicina para a Universidade do Porto e Eduardo Dias, que
obteve uma menção honrosa na prova, entrou em Matemática, na
Universidade de Coimbra.
CONCURSO SEM PROJECTO
O
Ministério da Educação e as estruturas sindicais de professores
começaram ontem as reuniões negociais para a alteração ao próximo
concurso de colocação de docentes.
De acordo com Mário
Nogueira, dirigente da Federação Nacional de Professores, no encontro
com o secretário de Estado Adjunto e da Educação, Jorge Pedreira, “não
foi apresentada qualquer proposta concreta, fizeram-se algumas
reflexões, mas nada foi revelado”. No início do mês, o
primeiro-ministro José Sócrates anunciou que o próximo concurso será
válido por períodos de três e quatro anos.
As colocações
plurianuais deverão incluir apenas os docentes que pertencem a um
quadro de escola ou a uma zona pedagógica. Mário Nogueira afirmou que a
Fenprof rejeita “colocações compulsivas por três e quatro anos”,
aguardando a proposta do Governo.
APONTAMENTOS
MÉDIA DE 199,5
Rita
Sousa (Univ. Lisboa) e Carolina Guerreiro (Univ. Porto) foram as duas
alunas que entraram com a média mais alta em Medicina – 199,5 pontos.
Nos 10.º, 11.º e 12.º a média de cada uma foi... 200 pontos.
QUE MARAVILHA!
Os
caloiros com a nota mais baixa foram Marco Maravilha (Engenharia Civil
na Esc. Sup. de Tecnologia do Instituto Politécnico de Viseu) e Sérgio
Aniceto (Gestão, regime nocturno, na Esc. Sup. de Gestão, Hotelaria e
Turismo de Faro). Entraram com 98,3 pontos.
DADOS DIVULGADOS
As
listas afixadas nas faculdades e divulgadas na internet contêm os
números de Bilhete de Identidade dos alunos, para permitir distinguir
os candidatos com nomes iguais. A Comissão Nacional de Protecção de
Dados nunca recebeu qualquer queixa alusiva à divulgação pública destes
dados.
AVÔ PRECIOSO
António chegou, viu e enviou
um ‘sms’. Apesar de já adivinhar que a neta Maria não iria entrar em
Medicina – embora tivesse quase 180 pontos –, não desistiu de confirmar
a sorte dela. A outra neta, também Maria, entrou em Arquitectura no
Porto, com 192 pontos.
Formado há mais de 50 anos em Engenharia
Mecânica no Inst. Sup. Técnico, sublinha as diferenças. “Há uns anos
entrava-se sempre, havia exames de admissão. As empresas iam buscar-nos
no penúltimo ano da faculdade, obter um emprego era de caras. Agora, um
aluno pode ter 19,5 e nenhuma vocação para Medicina.”
DIA DE FELICIDADE PARA UNS E TRISTEZA PARA OUTROS
JOÃO LOPES, 20 ANOS - COLOCADO EM GEOLOGIA
“Entrei
para o curso de Geologia, na Faculdade de Ciências da Universidade de
Lisboa. Estou muito satisfeito, fiquei em 36.º entre cento e tal
colocados. Foi a minha primeira opção. Já tive a disciplina no 12.º e
decidi apostar nesta área. Geologia, ao contrário do que se pensa, não
é só rochas. Gosto de rochas mas não só.”
JOANA GONÇALVES, 19 ANOS - INDEFINIDA
“Vi
as colocações na internet e fiquei em Ciências da Educação, na
Universidade de Lisboa. Mas vim ver agora nas pautas e o meu nome não
aparece. Não sei o que se passou, vou ter de me informar. De qualquer
forma, quero mudar de curso. Queria ir para Psicologia, mas não
consegui ficar onde queria. No fim do ano devo mudar de curso”.
LEONEL SILVA, 23 ANOS, NÃO COLOCADO
“É
o segundo ano em que tento entrar para Comunicação Social em Lisboa e
ainda não consegui. Tinha uma média de 13, mas mesmo assim fiquei de
fora. Estou chateado, mas vou tentar na segunda fase. Se não conseguir,
só posso ir para uma privada, mas é muito caro. Gosto da área de
Imprensa, quero ser jornalista”.
LISLENE CISZ, 18 ANOS - COLOCADA EM E. EUROPEUS
“Fiquei
em Estudos Europeus, na Faculdade de Letras. Era o que queria. Gosto da
área da diplomacia, de estudar vários idiomas. É importante saber
muitas línguas. Como faço parte de uma congregação, penso que o curso
pode ajudar a Igreja. Como tenho o meu pai em Londres, estou a pensar
ir para lá continuar ou acabar o curso”.
NÚMEROS DO FUTURO EM PORTUGAL
33 520 - candidatos colocados nas universidades e politécnicos
12 898 - vagas não preenchidas na 1.ª fase do concurso de acesso
5546 - candidatos não conseguiram colocação em nenhum curso
900 - euros é o máximo que pode ser cobrado este ano lectivo
487 - euros é o valor da propina mínima para o ano lectivo 2005/6
252 - vagas que faltam preencher em Contabilidade e Adm. no ISCAL
199,5 - foi a nota de entrada das melhores alunas de Medicina
1 - aluna apenas ficou colocada em Eng. Geográfica, na U. Coimbra
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